Entre a Vida e a Morte de Tribo da Periferia

Entre a Vida e a Morte

Tribo da Periferia

'Entre a Vida e a Morte' se estrenó en 2003. Este tema está incluido en el disco 'Verdadeiro Brasileiro'

Al final de la letra 'Entre a Vida e a Morte' podrás comentar sobre ella y acceder a más canciones de Tribo da Periferia.

LETRA

Entre a Vida e a Morte

De repente o clima pesa, não entendi mais nada
A noite estava completamente mudada
Muitos molequees cheiravam no banheiro da escola
Fazia fila no bagulho pra dar uma bola
Refletindo memórias e abastecer a moral
Neguinho com a mão na cintura fazendo cara de mal
Sobrevivendo neste meio do vício maldito
Aprendeu tudo de errado, por isso eu mesmo me ensino
Por enquanto considerado apenas um igual
São vários da roda, extinção de paga pau
Seu sonho: ser um traficante respeitado, vida eterna
Chegados pra todos os lados
Muito dinheiro, muitas armas, muita munição
Muitas mulheres, um Opala, um casarão
Profissão perigo, roubos, latrocínios
Se tudo fosse assim tão fácil, tão tranquilo
Mas o destino se armava, a sua mente mudava
Os conselhos de seus pais não serviam mais pra nada
E na escola já não era aquele inofensivo
Rapidamente desprezava seus antigos amigos
Só pensava em maldade: roubos, assaltos e drogas
Nada te regenerava, véi, o crime é foda
Seus aliados agora: assassinos e traficantes
Diferença de idade, tô ligado, é muito grande
Parou de estudar, estava em todo lugar
Bem notado na quebrada, já dá pra imaginar
Pisante de marca, altos panos da hora
Antes da janta ascende uma bomba aí decola
Na alucinação, é, muita atenção
Ficar ligado que na quebra tem bicudo de montão
O ferro carregado no bolso da jaqueta
Um bom motivo e um mal momento: caixão e vela preta

Saia de vez da vida do crime
A volta da morte não subestime
Tem que respeitar a lei
Antes que digam amém

Saia de vez da vida do crime
A volta da morte não subestime
Esqueça o mal que passou
O exemplo que ficou

Moleque atitude se ilude no crime
Vida pacata, honestidade é quem define
Estava apenas começando a sua vida criminal
Muitas drogas nna bocada onde ele era o tal
Arsenal pesado, buracos na parede
Testam as armas que se compram, que se vendem
Seus pais se preocupavam, não ia mais em casa
Passava dias na rua, não pensava em mais nada
O tráfico grande, vários pontos espalhados
Vela, cocaína, baseado, vim preprado
Muito dinheiro, tinha tudo o que queria
Mas hoje é um, amanhã é outro dia
Arrumou uma dona por quem se apaixonou
A gravidez estava prestes, quatro meses se passou
A barriga da mina já estava bem visível
Queria ver o seu filho o mais breve possível
Comprou todo enxoval, fez o quarto do moleque
Aguardar mais uns meses pra ver o seu pivete
Mas um imprevisto na quebrada, num tiroteio
Seu sonho agora se transformou em pesadelo
Bala perdida, atingiu o crânio da menina
Apenas um disparo acaba com duas vidas
Recomeçar de novo, sozinho novamente
Nesse clima pesado
Culpados e inocentes morrem a cada dia
Periferia subestima as leis
Em cada quadra da favela tem um rei
E nesse meio estava aquele rapaz
Injuriado com uma miséria a mais
De ver sua família terminar antes de começar
Como será que essa história vai acabar?

Saia de vez da vida do crime
A volta da morte não subestime
Tem que respeitar a lei
Antes que digam amém

Saia de vez da vida do crime
A volta da morte não subestime
Esqueça o mal que passou
O exemplo que ficou

Retornava a bocada, assim continuava:
Vida precária, tráfico de drogas, armas
Muitos se separavam, guerra também não faltava
Favela contra favela, quadra contra quadra
Pegou sua carreta aos 18 de idade
Um Opala, seu sonho virou realidade
'Vou por a guerra em dia'
Cinco caras no carro, todos prontos pra jogar ou ser jogado
Rolé na outra quebrada, estava ali a rodinha
Os irmãozinhos se acabando, cheirando cocaína
Muito tiro disparado, PT e oitão
Antes de hoje então, fizeram regaço
Bala pra todos os lados, muita munição
Alguns tentaram fugir, mas não tiveram espaço
Uns caídos e outros rastejando, é embaçado
A atração da rua hoje é ver o sangue espalhado
Jogar ou ser jogado, eis a questão:
No mundo do crime é cadeia ou caixão
Viraram a esquina e os canas já tavam em cima
Rotina se repete, hã, balas perdidas
Acertaram um moleque, não tinha nada a ver
No mesmo local, ele veio a falecer
Continuava a guerra, mais um corpo no chão
Chacina do caralho, irmão matar irmão
A polícia mete ficha acertaram o motorista
Morte cerebral, um Opala sai da pista
Várias capotadas quem tava dentro já era
Hoje segue o seu destino a sete palmos da terra

Saia de vez da vida do crime
A volta da morte não subestime
Tem que respeitar a lei
Antes que digam amém

Saia de vez da vida do crime
A volta da morte não subestime
Esqueça o mal que passou
O exemplo que ficou

Disco 'Verdadeiro Brasileiro'

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* Letra añadida por Plexice

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